NAUFRÁGIO
Silêncio,
agora me destroço,
mastro retorcido,
casco arrebentado.
Meu nome encontra
o rosto da sereia cega
e decepada.
Meu nome encontra o nome
desse país provisório
entre a vida e a água.
Vértebras.
Pele furada.
Olho de baleia.
Agora é a minha deixa.
Coluna dolorida
tocando o abismo
desse céu inverso.
Incisão de agulhas de tricô.
Silêncio.
Agora me atravessam
pregos,
travessões.
Silêncio,
agora começou.
Copiado da Revista de Autofagia, Belo Horizonte, MG, n. 3, março de 2009, p. 22
Sobre a autora
Blog da autora: http://www.ovelhapop.blogspot.com
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