Eu não penso, não me queixo, nem discuto,
nem durmo.
Não desejo nem sol, nem lua, nem mar,
nem barco.
Não penso no calor que faz entre estas
paredes,
nem como o jardim está verde;
e esse presente, que tanto desejei,
já não o espero.
Não me anima nem a manhã, nem o eléctrico
o seu tilintar alegre,
vivo sem ver o dia, esquecendo-me, do tempo,
o ano e a hora.
Sobre uma corda estragada,
eu danço – pobre dançarina.
sou a sombra de uma sombra. Sou lunar
de duas sombrias luas.
In E cantou como canta a tempestade
tradução: António Mega Ferreira, Assírio e Alvim, 2007
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