Pior se Deus apressasse um beijo,
viesse aqui como lembrança. Pior
se viesse do fundo uma outra verdade
submersa. Porém todos, como nós, abafam
os casos. Se fossem diferentes e no
viesse aqui como lembrança. Pior
se viesse do fundo uma outra verdade
submersa. Porém todos, como nós, abafam
os casos. Se fossem diferentes e no
lugar de arriscar, preferissem o pior, mó de uma nova
estrebaria, veio para rugas, greves,
congelamentos, autoramas.
estrebaria, veio para rugas, greves,
congelamentos, autoramas.
Ainda, se reinventasse um dia de sol.
Deveria supor, não a mim, nem ao poema,
mas ao desejo tácito e fiel.
mas ao desejo tácito e fiel.
Ao menos um castigo; de pano
de fundo, uma guerra de troia, meninas
choram, sete e oito anos. Ainda, por ciúme,
seria pouco, muito pouco querido para nos atrapalhar,
ferir-nos a memória, a calmaria da face.
Não poderia ser assim. Não deveria ser por menos,
senhoras tricotam mentiras de abonada
gente. Quem é joio,
quem é judas, por que te beijou, preciso saber. Naquele
lugar distante e faminto, naquela marionete
de pensamentos vãos, ainda persiste. Eis que primeiro
falece, nada não há, aquilo de que
senhoras tricotam mentiras de abonada
gente. Quem é joio,
quem é judas, por que te beijou, preciso saber. Naquele
lugar distante e faminto, naquela marionete
de pensamentos vãos, ainda persiste. Eis que primeiro
falece, nada não há, aquilo de que
tanto falei, por quem tanto pedi, finalmente - não chego.
Primeiro de Abril (2004)
In: Roteiro da Poesia Brasileira - anos 90, seleção e prefácio Paulo Ferraz, São Paulo: Global, 2011, p. 180-181.
O poeta André Luiz Pinto nasceu no Rio de Janeiro, em 1975. Com três livros publicados — Flor à Margem (1999); Um Brinco de Cetim/Un Pendiente de Satén (2003); Primeiro de Abril (2004), ISTO (2005) e Ao léu (2007).
In: Roteiro da Poesia Brasileira - anos 90, seleção e prefácio Paulo Ferraz, São Paulo: Global, 2011, p. 180-181.
O poeta André Luiz Pinto nasceu no Rio de Janeiro, em 1975. Com três livros publicados — Flor à Margem (1999); Um Brinco de Cetim/Un Pendiente de Satén (2003); Primeiro de Abril (2004), ISTO (2005) e Ao léu (2007).
William Dyce |
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