sexta-feira, 7 de junho de 2013

Jorge de Lima

O SONO ANTECEDENTE
Parai tudo que me impede de dormir: 
esses guindastes dentro da noite, 
esse vento violento, o último pensamento desses suicidas.
Parai tudo o que me impede de dormir:
esses fantasmas interiores que me abrem as pálpebras,
esse bate-bate de meu coração,
esse ressonar das coisas desertas e mudas.

Parai tudo que me impede de voltar ao sono iluminado 
que Deus me deu 
antes de me criar.

[In Antologia Poética, Rio de Janeiro: Ed. Sabiá, 1969, p. 81]



A.Kuinj

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