domingo, 16 de junho de 2013

Marize Castro

na primavera, deitada em sua cama, olhava seus pequenos 
companheiros brincando pela janela aberta

no verão, também de cama, ela ouvia os relatos:
“nosso terreno selvagem está salvo”

na sua ausência, muitas batalhas foram travadas 
e perdidas

seus soldados, cansados, eram por ela abençoados
com a benção lida em Um Jardim de Poemas Infantis

muitos anos depois, dança descalça 
e ruma para as hastes da floresta

toca a noite e o dia, e canta:
“até que morte nos separe”

oráculo do seu tempo 
não mais com fome 
não mais sedenta

iluminada

com lisos fios brancos no cabelo 
sob céus imóveis 
ela valsa

seu Madrigal é seiva em meu coração


In Habitar teu Nome, Natal (RN): Una, 2011, p. 53

Pablo Palazuelo

3 comentários:

Anônimo disse...

Pelas referências a poeta está falando sobre outra poeta, a Patti Smith. Belo poema, bela homenagem.
Eliane Dantas

Antonio Damásio disse...

Obrigado, Eliane, pela visita e pelo comentário. A Marize é uma grande poeta potiguar e ficará sabendo dessa sua inteligente leitura do poema. Volte sempre!

Antonio Damásio disse...

Eliane. Confirmado. Marize adora Patti Smith! Obrigado pela colaboração! Abr.

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