À NOITE,
A Waly Salomão
todas as palavras são pretas
todos os gatos são tardos
todos
os sonhos são póstumos
todos os barcos são gélidos
à noite são os passos todos
trôpegos
os músculos são sôfregos
e as máscaras, anêmicas
todos pálidos, os
versos
todos os medos são pânicos
todas as frutas são pêssegos
e são pássaros
todos os planos
todos os ritmos são lúbricos
são tônicos todos os gritos
todos
os gozos são santos
In Todos os ventos, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002, p. 48
Nenhum comentário:
Postar um comentário