quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Isabel Mendes Ferreira

__________________________é agora que vejo a realidade. em suspenso. como se fazem milagres? em cortes de viés ou com dores de parto? pergunta com resposta na ponta do sonho que nos olha obliquamente. pensar mata. repensar é vestir a corda bamba do futuro com a plasticina do sangue vivo. sei nada. estou cega de saber da expansão do silêncio. ergo a voz imaterial. trepadeira de água. não espero. a confiança é uma partitura rasgada.

ooOOoo

dos cínicos e dos falsos competentes é que reza a história_______________________________sagrada profana torrencial poderosa violenta frágil festiva submissa retórica exaltada falsa invejavelmente impecável a história dos anjos e demónios que nos batem à porta para ser coração e entram adagas e se fazem sudários. flores de um mal que disfarçam bem o péssimo que são. dos cínicos e dos falsos cantores é que reza o presente. em altar de sombras e pontos de fuga. renda dormideira e tecedora de grinaldas mortas. são estes os insaciáveis anjos mortíferos que nos abraçam as costas com punhos de fogo. e sempre caminheiros sobreviventes sobre a nossa morte.

© Isabel Mendes Ferreira

RENOIR

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