domingo, 4 de agosto de 2013

João Luís Barreto Guimarães

Outro dia
Deixo agora que o dia me torne
um pouco mais dele. Saio
até à varanda e as chaminés dos telhados
devolvem de todas as vezes seu
pretérito fascínio.
Os dias vão mais pequenos. As 
árvores por vezes cantam é 
a música das manhãs que se espraia 
como um cheiro a fuel vindo das docas. Porque 
(sem querer) é
outro dia. Certo como fosse meu. A 
mais simples distracção tomará 
alma por 
lama.

In Poesia Reunida, Lisboa, Quetzal, 2011, p. 227

Wu Guanzhong

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