DESAFIO
Um último olhar para os canteiros repisados,
Ainda isso te
comove -
São coisas familiares que retornam,
Pequenas pedras, lâmpadas de um caminho,
Uma trilha sob o
arco da folhagem
Como se apesar de tudo os mesmos passos,
A mesma ronda, o mesmo afogueado abrigo.
Provando o rumor dos interiores,
As cores sóbrias, o lado gótico da vida,
Pouco a pouco
perdendo o fogo e o viço,
O desafio é quanto pode durar o teu sorriso
Contra toda a
tua escória, as tuas derrotas,
No fragor dos estilhaços, algum brilho.
In O amor e Depois, São Paulo: Iluminuras, 2012, p. 59
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Francisco de Goya O cão |
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