A SI MESMO
Enfim repousas sempre
Meu lasso coração. Findo é o engano
Que perpétuo julguei. Findou. Bem sinto
Que em nós dos caros erros
Mais que a esperança, o próprio anelo é
extinto.
Repousa sempre. Muito
Palpitaste. Nenhuma coisa vale
Teus impulsos, nem digna é de suspiros
A terra. Nojo e tédio
É a vida, nada mais, e lama é o mundo.
Repousa. E desespera
A última vez. À nossa espécie o fado
Não deu mais que o morrer. Enfim despreza
A natureza, o rudo
Poder
que, oculto, o comum dano gera
E a vacuidade sem final de tudo.
[In Alexei Bueno, Cinco século de Poesia, São Paulo, Record, 2013, p. 47]
Sobre Giacomo Leopardi
E a vacuidade sem final de tudo.
[In Alexei Bueno, Cinco século de Poesia, São Paulo, Record, 2013, p. 47]
Sobre Giacomo Leopardi
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