Apolo Prematuro
Como por vezes dos ramos sem flor
se entremostra a manhã tal que pareça
já primavera: nada em sua cabeça
impede que sintamos o esplendor
quase letal de todos os poemas
no seu olhar sem sombras ou centelhas,
a fronte ainda fria para emblemas,
pois só depois, do arco das sobrancelhas,
virá o jardim de rosas que se apruma,
as pétalas soltando-se, uma a uma,
a cair sobre a boca, que, tremente,
cintila já, mas sem uso, silente,
bebendo algo com o seu sorriso,
como à espera de um canto ainda impreciso.
In Augusto de Campos, Coisas e Anjos de Rilke, São Paulo: Perspectiva, 2013, p. 93.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Fernando Paixão
Os berros das ovelhas de tão articulados quebram os motivos. Um lençol de silêncio cobre a tudo e todos. Passam os homens velho...
-
ÂNGELA.- Continuei a andar pela cidade à toa. Na praça quem dá milho aos pombos são as prostitutas e os vagabundos — filhos de Deus mais do ...
-
PÃO-PAZ O Pão chega pela manhã em nossa casa. Traz um resto de madrugada. Cheiro de forno aquecido, de levedo e de lenha queimada. Traz as...
-
ODE DESCONTÍNUA E REMOTA PARA FLAUTA E OBOÉ. DE ARIANA PARA DIONÍSIO. I É bom que seja assim, Dionísio , que não venhas. Voz e vento ...
Nenhum comentário:
Postar um comentário