quarta-feira, 16 de outubro de 2013

T. S. Eliot

IV
Eis os que pretendiam edificar o Templo,
E os que desejariam edificado ele não fosse.
Nos tempos de Neemias, o Profeta,
Quando exceção alguma à regra se fazia.
No palácio de Susa, no mês de Nissan,
Ele o Rei Artaxerxes fez regalo de seu vinho
E aflito se mostrou pela cidade derruída, Jerusalém;
E o Rei deixou então que ele partisse 
Para que fosse a cidade enfim reconstruída.
E assim ele seguiu, com uns poucos, rumo a Jerusalém,
E lá, ao cruzar a fonte do dragão, sob a porta da fossa,
Sob a porta da fonte, junto ao açude do rei, divisou 
Jerusalém que devastada se prostrava, consumida pelo fogo; 
Nenhum lugar havia que uma besta ali trilhasse.
A sua vista os inimigos se alinhavam em desafio,
E à sombra rastejavam os espiões e oportunistas
Quando ele e os seus principiaram a soerguer o muro. 
Assim edificaram eles como devem edificar os homens.
A espada numa das mãos, na outra o aço do ofício.

In Coros de "A Rocha", Poesia, T. S. Eliot, Tradução, apresentação, introdução e notas de Ivan Junqueira, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006, pp. 192-193.



Nenhum comentário:

Rosa Alice Branco

  A Árvore da Sombra A árvore da sombra tem as folhas nuas como a própria árvore ao meio-dia quando se finca à terra e espera co...