Bela é a razão humana e invencível.
Nem grades, nem arame farpado, nem trituração de livros,
Nem a condenação ao exílio nada podem contra ela.
Ela instala nas línguas ideias universais
E guia nossa mão, de sorte que escrevemos com maiúscula
Verdade e Justiça, e com minúscula mentira e iniquidade.
Acima do que é ela ergue o que deveria ser,
Inimiga do desespero, amiga da esperança.
Ela não conhece judeu nem grego, servo ou senhor,
Confiando a nosso governo o ofício comum do mundo.
Da vil balbúrdia das palavras atormentadas
Ela salva as frases severas e claras.
Ela nos diz que tudo é sempre novo sob o sol,
Abre a mão petrificada do que já foi.
Bela e muito jovem é a Philo-Sophia
E a poesia, sua aliada a serviço do Bem.
A natureza ainda ontem festejou seu nascimento,
O licorne e o eco trouxeram a notícia às montanhas.
Gloriosa será esta amizade, seu tempo não tem fim.
Seus adversários fadaram-se à destruição.
Berkeley, 1968
[Não mais, Coleção Poetas do Mundo, seleção, tradução e introdução de Henryk Siewierski e Marcelo Paiva de Souza, Brasília, Ed. UNB, 2003, p. 73]
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Eric Bowman |
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