Para honrar tua vontade, festejamos.
Esse amor rente à boca nos ensina
A crer no
tempo da eternidade,
Num espaço em que a matéria é luz, enfim,
E onde o temor da morte se destrói.
Atravessamos a época de
um verão que faz sofrer,
Uma serpente se levanta entre os cascalhos
E se põe
contra quem vem pelo caminho.
Mas somos muitos, somos teus, e aguardamos.
Se coragem há que torne as horas mais tranquilas,
Nós não
sabemos,
Apenas contamos com o retorno de teus olhos
E ao poder da
natureza suplicamos
Que recuperes a mesma identidade
Pela qual te reconhecíamos
diariamente
Como o soberano autor de tua vida
E não este ser convulso que de
nós se afasta
Para vagar numa esfera invernal
De mudez,
alienação e indiferença.
Estamos em ti sempre que te ausentas.
[Passagens, São Paulo: Iluminuras, 2003, p. 81]
Mark Rothko |
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