DAGUERREÓTIPO EM IDADE ANTIGA
Sei das mudanças, sim
Sei que mudei
A quem pertence este rosto inexpressivo
Tristonho e largo, redondo
Suspenso no papel
como se avistado num telescópio
uma lua granulosa
Levanto-me da cadeira
Repudio a gravidade
Viro-me
e saio para o jardim
Revolvo os vegetais
A minha cabeça pesada
A reflectir o sol
Sombras nas cavadas ravinas
Abertas nas minhas faces, nas
Duas crateras dos meus olhos
Entre os caminhos
Traço a minha órbita
As macieiras brancas
Brancas estrelas
Revolteando em meu redor
A ser devorada
Pela luz.
Tradução: HelenaVasconcelos
terça-feira, 31 de dezembro de 2013
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Rosa Alice Branco
A Árvore da Sombra A árvore da sombra tem as folhas nuas como a própria árvore ao meio-dia quando se finca à terra e espera co...
-
ÂNGELA.- Continuei a andar pela cidade à toa. Na praça quem dá milho aos pombos são as prostitutas e os vagabundos — filhos de Deus mais do ...
-
PÃO-PAZ O Pão chega pela manhã em nossa casa. Traz um resto de madrugada. Cheiro de forno aquecido, de levedo e de lenha queimada. Traz as...
-
EU JÁ ESCUTO OS TEUS SINAIS Olhe lá Eu nunca quis voltar atrás no tempo nem por uma vez A vida já foi muito boa e mui...
Nenhum comentário:
Postar um comentário