Os pensamentos galgam as montanhas, a escuridão
e o silêncio.
Nas mãos, sulcadas de violetas e de pássaros, há navios
e espuma que se afastam,
cavalos, liras e grinaldas que seguem a lua branca
de montanhas e de renas.
No húmus fecundo da terra,
as horas tornam-se antigas, celebrando as mãos,
o inverno, o solstício,
entre harpas marinhas, corolas, cristais, leitos de giestas.
Um cântico de Natal ecoa.
O sangue negro das florestas desdobra a flor do âmbar,
os olhos abertos para a vida resumem o espaço,
possibilidade, respiração,
raiz secreta que se abre ao esplendor dos astros fulvos.
as mãos dando para o Eterno,
o céu e a púrpura espelhando as lareiras e o sol,
no seu fulgor de palavras inexactas, música primordial,
estendida na noite
que se desprende dos seus tálamos de estrelas.
Georges de la Tour |
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