quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

João Luís Barreto Guimarães

Sol de janeiro
Nunca tanto como hoje reparei com atenção
na
luz do sol de janeiro. Forte
mas delicada. Furtiva
mas
demorada. Não arde nem faz tremer.
Não é densa nem clara. A
luz
do sol em janeiro:
assim é o nosso amor
oculto pela tinta dos dias apenas
espreita uma aberta
(uma distracção das nuvens)
para luzir e irromper
(nunca antes como hoje precisei
tanto que o vento lhe
desse oportunidade).
O nosso amor é janeiro:
mesmo se o julgo esquecido
sei que
vem sempre lá.

[In Poesia Reunida, Lisboa, Quetzal, 2011, p. 212]


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