quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Mariana Ianelli

CONDOR
Noite plena
Ele paira sobre o futuro 
E não lhe pesa um século 
Mais do que um instante.

Sangue do sangue 
De cordeiros e lobos,
Ele, paciente como a terra 
Que ama a vida unânime 
E torná-la seu corpo.

Em outros tempos 
Sonhavam em suas asas 
Homens no topo da montanha. 
Na pedra rasgaram seu voo,
No préstito das honras.

Extinto das alturas, malvisto 
Ladrão dos que já não sonham, 
Ainda se abre em cruz
O dramaturgo. 

[In Dicionário Amoroso da Língua Portuguesa, Rio de Janeiro, Casa da Palavra Produção Editorial, 2009, p. 27]



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