Não entendo os silêncios
que tu fazes
nem aquilo que espreitas
só comigo
Se escondes a imagem
e a palavra
e adivinhas aquilo que não
digo
Se te calas
eu oiço e eu invento
Se tu foges
eu sei, não te persigo
Estendo-te as mãos
dou-te a minha alma
e continuo a querer
ficar contigo
TU
Falta-te o sono
até de madrugada
Foge-te a paz aí interrompida
Fazes vigília
nas emoções rasgadas
atento à pátria onde pões vigias
Furtas o mel
do teu fim de tarde
acendes o fogo à cabeceira
Feres a chama
se ela ainda arde
Apagas o coração
de quem de ti se abeira
[In Palavras Secretas, São Paulo, Escrituras, 2007, pp. 118-119)
By Remedios Varo |
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