DE que nos valerá todo esse esforço para recuperar
[de uma hora para outra a perdida serenidade ?
De que nos valerá todo esse esforço, se o mal não
está no gesto desesperado desses horizontes que
[se fecharam ?
Se ele não está nessas algemas inexoráveis que a
[mão do homem forjou para a mão do homem ?
De que nos valerá todo esse esforço, se o mal não
está no grito lancinante desses trens ininterruptos
que lá vão esmigalhando cabeças dentro da
[noite ?
De que nos valerá tudo isso, se o mal está mas é na
ausência da simplicidade que desertou, já faz
[tanto tempo, da face fria e desesperada da terra?
De que nos valerá tudo isso, se o mal está mas é na
[ressurreição de Caim ?
[In POESIA 1932-1948, Rio de Janeiro, Livraria José Olympio Editora, 1953, pp. 261-262]
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