LUA
Mesmo as imagens familiares têm um instante de nascimento.
Céus sem pássaros
são estranhos e fechados.
A noite fica à janela, ao luar,
e a cidade está mergulhada nas lágrimas dos grilos.
E ao ver que um caminho espera ainda um passante
e a lua
em cima da baioneta do cipreste,
dizes: meu Deus, tudo isso ainda existe?
Pode-se ainda, em voz baixa, perguntar como estão passando?
A água das poças olha-nos e reflete-nos.
A árvore descansa
com seus brincos vermelhos.
Nunca, meu Deus, arrancarão de mim
o sofrimento dos teus grandes brinquedos.
[Trad. Cecília Meireles]
[In Antologia da Literatura Hebraica Moderna, Rio de Janeiro, Biblos, 1969, pp. 42-43].
SOBRE NATHAN ALTERMAN
Pintura: Valevskaya Valentina Mihaylovna
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