SEM OUTRO INTUITO
Atirávamos pedras
à água para o silêncio vir à tona.
O mundo, que os sentidos tonificam,
surgia-nos então todo enterrado
na nossa própria carne, envolto
por vezes em ferozes transparências
que as pedras acirravam
sem outro intuito além do de extraírem
às águas o silêncio que as unia.
[In Poesia Completa: 1979-1994, Lisboa: Publicações D. Quixote, 2002].
terça-feira, 10 de junho de 2014
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