A Cristina Campo
São as minhas vozes a cantar,
para que eles não cantem,
os amordaçados na cinzenta aurora,
vestidos como pássaro desolados na chuva.
Há, na espera,
um rumor lilás a quebrar-se.
E, quando chega o dia,
uma rebentação do sol em pequenos sóis negros.
E quando é noite, sempre,
uma tribo de palavras mutiladas
busca asilo em minha garganta,
para que eles não cantem,
os funestos, os donos do silêncio.
[Tradução do espanhol - Alejandro Carvajal]
Um comentário:
Ana Maria Ramiro tinha me apresentado esta escritora argentina. Neste poema, metáforas raras e uma atmosfera onírica. Versos de uma beleza crepuscular como: "uma tribo de palavras mutiladas/busca asilo na minha garganta," Poderosa!
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