Ela foi embora e todo desafio agora é lidar com o vazio.
É preciso uma didática imediata ou eu não me responsabilizo
Pelos meus atos. Há quem o diga flexível. Então manusear
Suas linhas até chegar aos elementos de Paul Klee.
‘a margarida, ao peixe, e tudo parece estar voando e
Como não está? Mas não aqui, onde até o chantilly
Do café me provoca nostalgia. Tenho certeza que foi
premeditado aquele casaco na cama com seu cheiro.
Há quem o diga fértil, então é a ele se entregar
Até começarem as mudanças na pele. O vazio é tátil.
Ou eu não me responsabilizo pelos meus atos.
Me jogo pela janela que fica a três metros do chão.
Ou me transformo num osso e me ofereço pro cão.
E há ainda quem o diga azul. Aí é pregá-lo no teto.
Tentar acertar as águias que vão passando.
As lembranças são pedrinhas no estilingue.
E em casos de intrusas nuvens cinzas, levantar
O braço, pegar um raio com a mão
Com a certeza estomacal de que não,
Não o descerá ao já debilzinho coração.
Quem me fará ver nos chinelos rosados
Esquecidos menos que touros esperando lanças
Definitivas? Ou navios de sangue, lentos,
misturando-se ao mar: dizem do vazio também isto.
PAUL KLEE |
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