sábado, 28 de fevereiro de 2015

Keats

MEG MERRILIES

I
Velha Meg era uma cigana,
Que vivia pelos descampados.
Sua cama a relva castanha,
E sua casa os caminhos.

II
Suas maçãs as negras amoras,
Suas passas as vagens de giesta;
Seu vinho o orvalho da rosa silvestre,
Seu livro a esteia das criptas.

III
Seus irmãos os troncos dos pinheiros,
Suas irmãs as pedras das encostas;
Só com esta grande família
Ela vivia como queria.

IV
Nenhum desjejum de manhã,
Sem almoço ao meio-dia.
Em vez de jantar contemplava
De olhos arregalados a lua.

V
A cada manhã com trepadeiras
Engendrou suas guirlandas,
Cada noite com o teixo do vale
Tecia, e cantava.

VI
Com seus dedos velhos e pardos
Trançava tapetes de junco,
E os dava aos camponeses
Que encontrava pelos arbustos.

VII
Tão valente quão a Rainha Margaret
E alta como uma Amazona.
Vestia velha capa vermelha;
E um barato chapéu.
Deus permita que seus ossos repousem
Há muito ela morreu!




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