Exaustos de fotografar a vida
em seus sessenta aspectos por minuto,
adormecem os olhos no aconchego
de crepúsculo antigo e sempre novo:
as imagens do dia, prisioneiras
entre as dobras das pálpebras, discutem
argumentos possíveis para um sonho.
(In Rosa dos rumos, 1950)
CANTAR DE AMIGO
O claro pão
que repartimos
dá-nos um título:
companheiros.
A indagação
que aprofundamos
faz de nós, artesãos,
camaradas.
O olhar sem visgo,
a voz precisa,
o gesto mundo,
eis-nos: amigos.
Quantos, que marcham pela vida
como quem carrega uma estrada,
terão amigo, companheiro e camarada?
(In Canto Provisório, 1960)
SOBRE GEIR CAMPOS
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