terça-feira, 9 de junho de 2015

Maria do Sameiro Barroso

LUA DE FOGO

Quisera adivinhar-te num cálice branco
de açucenas,
percorrer-te entre as ondas, beber, em ti,
a maresia, a lua de logo,
a rosa inarticulada de um fonema.

Depois, amar-te, entre o rosmaninho,
o feno, a alfazema,
no paraíso dos teus braços fluir,
no teu remanso ébrio,
nascer dos relâmpagos de seda,
na lâmpada nocturna,
nas uvas do teu corpo, florir,
e colher, na chama, no secreto lume,
o fruto, a estrela,

a seiva doce do poema.

[In AREIA DO TEU NOME POESIA AMOROSA, Lisboa, 2013, p. 49]

paul klee

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