Quisera adivinhar-te num cálice branco
de açucenas,
percorrer-te entre as ondas, beber, em ti,
a maresia, a lua de logo,
a rosa inarticulada de um fonema.
Depois, amar-te, entre o rosmaninho,
o feno, a alfazema,
no paraíso dos teus braços fluir,
no teu remanso ébrio,
nascer dos relâmpagos de seda,
na lâmpada nocturna,
nas uvas do teu corpo, florir,
e colher, na chama, no secreto lume,
o fruto, a estrela,
a seiva doce do poema.
[In AREIA DO TEU NOME POESIA AMOROSA, Lisboa, 2013, p. 49]
paul klee |
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