8
Ó estrela ocidental navegando pelo céu,
Agora sei o que deves ter procurado me dizer há cerca de um mês,
[quando passei,
Quando andei em silêncio na noite sombria e transparente,
Quando te vi tinhas algo para contar-me, quando te curvaste em
[minha direção, noite após noite,
Quando caíste do céu bem abaixo, como se viesses para o meu lado
[(enquanto todas as demais estrelas observavam),
Quando perambulamos juntos pela noite solene (pois algo que não
[conheço impediu-me de dormir),
Quando a noite avançava e vi na borda do ocidente quão repleta de
[pesar tu estavas,
Quando fiquei de pé no chão saliente, na brisa, na noite fria e transparente,
Quando vi que tinhas algo a me dizer, quando te inclinaste em
[minha direção, noite após noite,
Quando minha alma atormentada afundou na insatisfação, e tal
[como tu, triste orbe,
Findou, caiu na noite, e se foi.
9
Permanece a cantar aí no brejo,
Ó cantor acanhado e gentil, ouço tuas notas, ouço teu chamado,
Ouço, venho agora, compreendo-te,
Mas por um momento deixo-me ficar, pois que a estrela lustrosa
[me deteve,
A estrela, meu companheiro que parte, me abraça e me detém.
[In Folhas da Relva, trad. Luciano Alves Meira, São Paulo, Martin Claret, 2006, pp. 328-329].
sábado, 15 de agosto de 2015
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