cântico de mar
banhando-me o corpo em volta
uva salgada
a atrair sede na minha boca —
Feres as cordas das minhas veias
até que elas cantando rebentam
desabrochando das chagas
pra tocar a música do meu amor —
Os teus horizontes em leque desdobrados
com a coroa dentada do morrer
já posta em volta do pescoço
o ritual da partida
com o som regougado da respiração
começado
abandonaste como um sedutor
antes do casamento a vítima enfeitiçada
despida quase já até à areia
expulsa
de dois reinos
já só suspiros
entre noite e noite —
[In Poesias, Tradução de Paulo Quintela, Estudo introdutivo de Joseph Bernfeld, Ilustrações de Jean-Michel Perche, Rio de Janeiro, Ed. Opera Mundi, 1975, p. 160]
2 comentários:
Que os deuses me ajudem. Tanta beleza por aqui......falta me o ar
Obrigada. Mt.
A beleza . Quase insustentável. Mt Obrigada.
Beijo.
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